Wednesday, May 04, 2005

Cantando por detrás das Cortinas

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E quem é que não se lembra do Bud Spencer que fazia imensos filmes de cowboys com Terence Hill??! Pois bem, este "grande" actor conhecido pelo seu tamanho e pela sua força entra neste filme intitulado Cantando por detrás das Cortinas. Nas grandes cidades do Oriente ainda existem quarteirões insalubres de má reputação onde se podem encontrar bordéis que apelam ao gosto dos ocidentais em busca de prazeres e excitação. É um destes covis cheios de fumo que serve de testemunha à cena inicial de uma história épica.

O pano de fundo com o mar pintado, a silhueta de um navio de guerra ou sucata chinês, e as luzes tremeluzentes de algumas pouco perceptíveis lanternas.

Esta é a história da viúva Ching, uma pirata famosa. O seu marido, o Almirante Ching, tendo primeiro comandado as frotas piratas que navegavam os mares da Ásia e que eram financiadas por uma sociedade anónima fundada em 1797, foi posteriormente nomeado Chefe Supremo dos Estábulos Imperiais. Mas como se deixou corromper, foi envenenado pelos apoiantes da empresa.

Abalada por esta dupla traição, a viúva reúne os piratas e convence-os a não aceitar a traiçoeira oferta de clemência feita pelas autoridades Imperiais, a deixar de trabalhar para os seus financiadores e a seguirem independentemente os seus destinos... Teriam também de eleger um novo almirante. E eles escolhem-na a ela.

Sob a calma mas implacável liderança da viúva seguiram-se anos de roubos e pilhagens; até que, em 1801, o jovem Imperador Kia-King ascendeu ao trono do Reino Divino e emitiu um decreto a condenar os piratas.

Noventa dias mais tarde, a frota da viúva Ching enfrenta a armada Imperial. E consegue destruí-la.

Recusando-se a desanimar, Kia-King monta uma segunda expedição de força, e decide também partir nessa missão. Ao encontrar a frota da viúva, o Imperador decide não atacar de imediato, até ter alguma noção de como a história virá a acabar. Seguiram-se longos dias de espera durante os quais os piratas continuaram a preparar-se para entrar em acção.

Então, numa noite, aconteceu finalmente algo: a armada Imperial enviou grandes papagaios de papel com inscrições em caracteres chineses até ao barco pirata. Este acto misterioso e inofensivo foi repetido todas as noites até que o seu sentido se tornou claro: depois de juntar por ordem todos os papagaios de papel eles contavam uma fábula, frase após frase: a fábula do Dragão e da Raposa.